Neste 20 de novembro, a Universidade de Brasília reitera seu compromisso com o combate ao racismo e a construção de uma sociedade mais igualitária e verdadeiramente inclusiva

À comunidade universitária,

Neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a Universidade de Brasília reafirma o seu compromisso com o combate ao racismo e com a promoção da igualdade racial. Lamentável e vergonhosamente, nossa sociedade ainda trata pessoas negras de maneira desigual, como mostram indicadores sociais, econômicos e de acesso à escolaridade. A porcentagem de jovens negros (de 18 a 24 anos) que estão no ensino superior é quase metade do que entre brancos – 18,3% e 36,1%, respectivamente –, não obstante 55,8% da população brasileira tenha se declarado preta ou parda em 2018, de acordo com dados do IBGE.

Disposta a mudar esta realidade, a UnB tem sido pioneira na implementação de políticas de ação afirmativa para negros. Em 2004, estabeleceu as cotas raciais na graduação. Desde então, formamos 5.372 estudantes cotistas. A Licenciatura em Educação do Campo (Ledoc), na Faculdade UnB Planaltina, é o curso que mais recebe e forma quilombolas em todo o país. Este ano, demos outro passo significativo, com a criação das cotas para negros, indígenas e quilombolas na pós-graduação.

Mas, para consolidar essas políticas, é necessário também garantir o controle social e o combate às fraudes. A Universidade não tem se eximido da responsabilidade de monitorar e aprimorar seus mecanismos de acesso. Em 2020, concluiu processos de sindicância e implementou uma decisão inédita na história da instituição, com a expulsão de 15 estudantes e a cassação de diplomas por fraude no uso das cotas raciais.

O debate sobre a ampliação do acesso e permanência de jovens negros é necessário, mas não é o único aspecto que precisa estar em nosso horizonte. Cabe à educação, como ferramenta capaz de transformar a sociedade, promover a igualdade racial, dando visibilidade a autores, artistas e intelectuais negros e valorizando o pensamento, a história e a cultura afro-brasileira e africana. O debate sobre o racismo estrutural também precisa ser pautado e ampliado, de modo a envolver cada vez mais pessoas não negras. É nosso dever institucional agir para isso.

Nesse sentido, outros avanços institucionais são a elaboração de uma resolução que dispõem sobre ações de promoção dos direitos humanos e erradicação de atos discriminatórios, que será submetida ao Conselho Universitário, em breve. A Diretoria da Diversidade, vinculada ao Decanato de Assuntos Comunitários, mantém ações com foco na temática racial, além de estar em articulação permanente com coletivos da Universidade.

Em dezembro, a UnB vai sediar a I Jornada Nacional Virtual de Educação Quilombola, para a partilha de experiências e resultados de pesquisas sobre o tema. O evento ocorre em parceria com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), reforçando os laços de cooperação da Universidade com a sociedade.

É importante destacar essas conquistas, sem perder de vista os muitos desafios a serem vencidos – dentro e fora da UnB. A Universidade, enquanto instituição educadora, seguirá atuando para a superação de desigualdades e a construção de uma sociedade justa e verdadeiramente inclusiva.

Márcia Abrahão Moura
Reitora

Enrique Huelva
Vice-reitor

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.