A Universidade de Brasília (UnB) acaba de aprovar a instituição de processo seletivo para ingresso de pessoas com 60 anos ou mais. Havíamos feito uma primeira experiência de muito sucesso no começo do ano. Agora, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) votou por unanimidade a continuidade da oferta de vagas exclusivas neste novo vestibular, tão jovem quanto idoso.

Esta é uma ação que demonstra mais uma vez o pioneirismo da UnB, aniversariante que completa 62 anos neste domingo, dia 21 de abril. Estamos, portanto, em idade de continuar estudando, fazendo pesquisa, dando aula e trocando experiências valiosas com a cidade, que também comemora mais um ano de vida. A UnB festeja a capital brasileira e seus habitantes de todas as faixas etárias.

Com dois anos a mais, Brasília encontra a UnB em intensos cruzamentos históricos, em diversas modalidades concretas no presente e em infinitas possibilidades futuras. Hoje interagimos com a cidade não apenas nos quatro campi espalhados pelo Distrito Federal: Plano Piloto, Ceilândia, Gama e Planaltina. Estamos em contato direto com os conhecimentos e desejos da população brasiliense numa rede de casas de cultura e polos de extensão.

É também assim que damos continuidade e permanência a algo que nos constitui desde o princípio. Somos uma Universidade cada vez mais diversa, inclusiva e democrática, sem jamais excluir do nosso horizonte a excelência acadêmica.

Com muito orgulho, recebemos ano após ano as notícias sobre as posições alcançadas pela UnB em rankings nacionais e internacionais. No começo deste mês, com a divulgação, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), do Índice Geral de Cursos (IGC), reafirmamos a nota máxima (5).

Também obtivemos um feito inédito no ranking mundial QS Subject, ao ampliarmos para 14 as subáreas de conhecimento avaliadas. Esses e outros resultados consolidam o trabalho de toda a comunidade universitária. Destaca-se o esforço permanente dos coordenadores de graduação e de pós-graduação, apoiados nas políticas estabelecidas pela UnB para ensino, pesquisa, extensão e inovação.

Mesmo com os inúmeros desafios destes últimos anos, que vão dos expressivos cortes orçamentários ao achatamento de salários de servidores técnicos e docentes, nossa Universidade demonstra qualidade com forte compromisso social. E isso se reflete nas oportunidades econômicas e profissionais que ela abre para todo o DF.

Nosso olhar esteve e está atento a todos os lados da moeda: da imprescindível assistência aos estudantes socioeconomicamente vulneráveis aos dedicados pesquisadores em seus laboratórios de grandes descobertas, nunca esquecendo os servidores técnicos empenhados na oferta do melhor atendimento às comunidades interna e externa.

Saída da mente criativa e inquieta de Darcy Ribeiro e do pensamento educacional revolucionário de Anísio Teixeira, a UnB não abre mão de se reinventar. Por isso, a cada dia plantamos uma semente inovadora na política de direitos humanos e buscamos o caminho da sustentabilidade ambiental, com nossas placas fotovoltaicas e outras ações que proporcionam uma convivência mais harmoniosa com a natureza.

Não é por pouco que devemos celebrar a existência de Brasília e da Universidade de Brasília. Queremos apagar velinhas em regozijo pelo muito que a cidade moderna e a instituição de ensino superior se compreendem como faróis do desenvolvimento do país, como pilares para a transformação da sociedade brasileira, a fim de torná-la mais justa e igualitária, sob a bandeira incontornável da democracia.

Mesmo com a volta do diálogo e o restabelecimento do desejo de manter o papel crucial das universidades federais, ainda enfrentamos o desafio de manter e ampliar nossos orçamentos. No começo deste novo ciclo, permanecemos em estado de alerta. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) trabalha em busca da recomposição da verba destinada para funcionamento e investimento. Estamos acompanhando de perto e nos solidarizando com as reivindicações salariais e de reestruturação de carreira dos movimentos grevistas de técnicos e docentes.

Transitamos entre um cenário de investimento incerto e uma vontade perene de prestar a melhor formação a cidadãs e cidadãos brasileiros e estrangeiros. Preparamos e anunciamos nosso Plano de Desenvolvimento Institucional até 2028. Vamos até lá e além, com a certeza de que nossos campi são espaços seguros e saudáveis para a convivência do conhecimento amplo e do reconhecimento de todas as diferenças.

É assim que temos trabalhado há sete anos e meio, cotidianamente, para manter uma excelência reconhecida por famílias que desejam o ingresso de filhos, filhas, mães e pais, em cursos de graduação e pós-graduação de muita qualidade, numa instituição que está entre as 2,7% melhores do país, segundo o Ministério da Educação.

Nesta data querida, portanto, muita felicidade e muitos anos de vida para Brasília e a UnB. Como diz o slogan de nossa campanha institucional deste ano: #tmj pra fazer a diferença. Estamos juntas para fazer do mundo um lugar melhor para se viver, com compartilhamento de saberes e alegria para seguir em frente. Queremos mais. E vamos lutar por isso. Que 2024 seja a continuação de um projeto institucional construído a partir de decisões democráticas para se alcançar toda a gente.

 

Márcia Abrahão
Reitora

Enrique Huelva
Vice-Reitor